sexta-feira, 31 de julho de 2015

"Condenados" a Esclerose Múltipla???

Hoje vou Postar aos olhos de outra escritora...ela se chama Jamie Tripp Utitus, é uma americana...ela escreve para o Living Like You, da Novartis ....
Gostaria de compartilhar com vocês porque recebi de presente da Novartis e gostei demais....demais mesmo...espero que vocês também gostem....
Me identifiquei bastante com o texto...e você será que há algo de você??? Só lendo para saber....

Ela também tem Esclerose Múltipla e traçou um paralelo entre o paciente e a personagem Piper, da série Orange Is The New Black.

A Postagem dela a seguinte: (http://esclerosemultipla.novartis.com.br/qual-a-relacao-da-serie-orange-is-the-new-black-com-a-esclerose-multipla)

Minha declaração: eu nunca havia assistido a séries. Tenho filhos pequenos, esclerose múltipla e muito trabalho. Se eu tiver a oportunidade de relaxar à noite, a única coisa que eu quero fazer é dormir. Mas uma noite eu decidi dormir com a TV ligada, porque eu não conseguia desligar minha mente. Acabei tropeçando nesta série chamada “Orange is the New Black”.
Se você ainda não viu a série, vai ficar difícil de acompanhar o texto. O post não é um endosso ao drama da televisão, mas eu não consigo parar de pensar no quanto a série me fez lembrar minhas aventuras com a esclerose múltipla. Não que a esclerose múltipla seja uma sentença de prisão, mas há tantas semelhanças!
O enredo central da série é sobre uma mulher chamada Piper Chapman que se entrega por um crime relacionado a drogas, que ela cometeu com sua então namorada, quando tinha seus 20 anos. Ela agora está mais madura, noiva de um homem chamado Larry e tem uma vida completamente livre do crime. Ela é condenada à prisão feminina e a história parte daí!
Então, imagine isso. Estou encolhida na cama quando aperto o play para o primeiro episódio. No quarto episódio, eu já estava sentada na cama, segurando o meu travesseiro e falando com a televisão.
– Ai meu Deus! Louca, a menina é LOUCA!
– Que homem bonito é o Larry Towner, eles certamente vão conseguir passar por isso!
Todos esses pensamentos ficam mais complicados, e totalmente equivocados, conforme você termina de assistir ao último episódio da segunda temporada de Orange is the New Black.
O que realmente me pegou de surpresa foram os paralelos entre a vida de Piper Chapman (seu passado a persegue e ela e ela tem que ir para a prisão por 15 meses) e a minha vida, como uma mulher que tem uma doença e alguns obstáculos para superar sozinha. Você logo percebe ao assistir ao show que Piper não está lutando contra a prisão. Piper está lutando contra seus próprios demônios. Ela está lutando contra seu verdadeiro eu, com quem ela é forçada a conviver por 15 longos meses.
Não posso mentir, no primeiro momento, eu senti a esclerose múltipla como uma sentença de prisão, e eu também fui forçada a encarar meus demônios e olhar nos olhos deles. Como Piper, eu tinha que decidir, eu vou fazer algo bom desta coisa ruim, ou vou me entregar? Lembra quando eu disse que eu tinha filhos? Isso mostra o caminho que eu resolvi seguir. Eu tinha filhos. Não havia escolha senão tentar e fazer algo bonito a partir deste diagnóstico feio.
Eu fiquei especialmente envolvida com o primeiro episódio de Orange is the New Black, quando Piper Chapman senta ao lado de uma mulher no refeitório. Alguém havia dito para a Piper, que esta mulher seria “segura” e gentil. Esta mulher, chamada Yoga Jones, era uma pacífica ex-hippie e instrutora de yoga na prisão. Yoga Jones olha Piper nos olhos e pergunta se ela nunca ouviu falar nas mandalas… a triste arte dos monges tibetanos. Piper acha que já ouviu falar, mas espera por uma explicação.
Yoga Jones explica que os monges passam várias semanas trabalhando no design, tipicamente geométrico, a partir de um processo exaustivo de trabalho com areia. Após semanas e semanas eles finalmente finalizam uma obra-prima, só para… desmanchar. Eles fazem isso para simbolizar a inconstância da vida. Yoga Jones aproveita a oportunidade de chegar mais perto, olhar Piper Chapman no olho e explicar que nada é permanente, nem mesmo o tempo que ela está servindo ali. Seu desafio é encarar esse período como os monges, e fazer algo bonito do período em que está lá, até que ele se vá completamente.
Ninguém chegou mais perto de explicar ou articular a minha abordagem para a esclerose múltipla do que a  personagem Yoga Jones de Orange is the New Black. A minha esclerose múltipla é um grande banco de areia, e é meu trabalho moldá-la na mais bela arte que eu puder, até que ela não esteja mais lá. É por isso que eu continuo caminhando. Eu rezo para que você faça algo bonito com qualquer coisa que o universo lhe entregue meu amigo. Namastê.

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário